quinta-feira, 9 de junho de 2011

É preciso acabar com o estigma

O Diário
Juliana Fontanella

A doença mental traz consigo o medo e o preconceito, duas batalhas tão difíceis quanto à convivência com o transtorno. Logo depois do diagnóstico, o paciente se sente isolado, assustado e até humilhado por não estar de acordo com o conceito de normalidade.

Na verdade, este doente não está tão sozinho assim. De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP/abril 2011), pelo menos 46 milhões de pessoas necessitam de atendimento psiquiátrico hoje no Brasil.

Até a década de 70, o tratamento consistia em manter os pacientes fora do convívio social (internados em instituições psiquiátricas) e sedados. Nesta nova perspectiva, os profissionais tentam ajudar o paciente e a família a conviverem melhor com a doença mental.






A união de profissionais da rede pública de saúde e voluntários tem trazido resultados positivos. O modelo de atendimento é multidisciplinar e conta com terapeutas, enfermeiros especializados, psicólogos e psiquiatras. Ao sair do isolamento, o paciente recebe tratamento adequado e a medicação necessária na Unidade Básica de Saúde.


O voluntário da Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM) e coordenador dos grupo de apoio da Pastoral da Saúde Mental, João Scramin, diz que o tratamento deve envolver a família do paciente porque a doença mental precisa ser desestigmatizada.

"O internamento é sempre o último recurso e, mesmo assim deve ser temporário", afirma. "O paciente que recebe apoio da família e conta com especialistas tem maiores chances de conviver com o problema e desenvolver um estilo de vida normal", ressalta

Compreensão
"A família adoece junto com o
paciente, por isso todos são
acolhidos pelos voluntários e
especialistas"
João Scramin
Coordenador de grupos de apoio
Alguns indivíduos estão mais propensos ao transtorno mental por herança genética ou desordem biológica, mas fatores externos são determinantes.

O transtorno pode aparecer após estresse profundo, perda de um ente querido ou uma mudança brusca. "O que mais preocupa é que antes o transtorno aparecia com frequência entre adultos, mas os pacientes estão cada vez mais jovens", alerta Scramin. Os grupos de apoio ajudam a integrar os pacientes e famílias que vivem o mesmo drama.


Em Maringá
Os casos mais comuns são o transtorno bipolar, depressão, esquizofrenia e sintomas de síndrome do pânico. Entre os jovens e adolescentes, o uso de drogas é a principal causa das doenças.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cientistas produzem células cerebrais iguais às das pessoas com esquizofrenia

Objetivo da pesquisa é estudar os sinais biológicos da doença, sem a interferência de fatores externos

Agência Fapesp

Imagem - Nature/ Divulgação
Pesquisadores fizeram um modelo vivo bidimensional dos neurônios existentes no cérebro com a doença




Pesquisadores norte-americanos deram um passo importante para identificar as causas biológicas da esquizofrenia, conjunto de transtornos mentais graves que atingem cerca de 60 milhões de pessoas no mundo - por volta de 1,8 milhão no Brasil - e se caracterizam por distanciamento emocional da realidade, pensamento desordenado, delírios e alucinações visuais ou auditivas.

A equipe coordenada pelo neurocientista Fred Gage, do Instituto Salk de Estudos Biológicos, na Califórnia, conseguiu transformar células da pele de pessoas com esquizofrenia em células versáteis. Chamadas de células-tronco pluripotente induzida (iPS, na sigla em inglês), essas células foram depois convertidas em neurônios, uma das variedades de células do tecido cerebral. O estudo foi publicado nesta quinta-feira, 14, no site da revista Nature.

Essa mudança forçada de função gerou o que os pesquisadores acreditam ser cópias fiéis, ao menos do ponto de vista genético, das células do cérebro de quem tem esquizofrenia. Como são geneticamente idênticos às células cerebrais de quem desenvolveu esquizofrenia, esses neurônios fabricados em laboratório são importantes para compreender a enfermidade, que tem importante componente genético, porque permite aos pesquisadores desprezar a influência de fatores ambientais, como o uso de medicamentos ou o contexto social em que as pessoas vivem.

"Não se sabe quanto o ambiente contribui para a doença. Mas, ao fazer esses neurônios crescerem em laboratório, podemos eliminar o ambiente da equação e começar a focar nos problemas biológicos", disse Kristen Brennand, pesquisadora do grupo de Gage e principal autora do artigo.

Segundo Gage, é a primeira vez que se consegue criar, a partir de células de seres humanos vivos, um modelo experimental de uma doença mental complexa."Esse modelo não apenas nos dá a oportunidade de olhar para neurônios vivos de pacientes com esquizofrenia e de pessoas saudáveis, como também deve permitir entender melhor os mecanismos da doença e avaliar medicamentos que podem revertê-la", disse o cientista que há alguns anos demonstrou que o cérebro adulto continua a produzir neurônios.

Depois de converter em laboratório células da pele em neurônios, Brennand realizou testes para verificar se eles se comportavam de fato como os neurônios originais e eram capazes de transmitir informação de uma célula a outra. As células cerebrais obtidas a partir de células da pele (fibroblastos) funcionavam, sim, como neurônios. "Em vários sentidos, os neurônios ‘esquizofrênicos’ são indistintos dos saudáveis", disse.

Mas há diferenças. A pesquisadora notou que os novos neurônios de quem tinha esquizofrenia apresentavam menos ramificações do que os das pessoas saudáveis. Essas ramificações são importantes porque permitem a comunicação de uma célula cerebral com outra - e geralmente são encontradas em menor número em estudos feitos com modelo animal da doença e em análises de neurônios extraídos após a morte de pacientes com esquizofrenia.

Nos neurônios dos esquizofrênicos, a atividade genética era diferente daquela observada nas pessoas sem a doença. Os autores do estudo viram que o nível de ativação de 596 genes era desigual nos dois grupos: 271 genes eram mais ativos nas pessoas com esquizofrenia - e 325 menos expressos - do que nas pessoas sem o problema.

Em um estágio seguinte, Brennand deixou os fibroblastos convertidos em neurônios em cinco soluções diferentes, cada uma contendo um dos cinco principais medicamentos usados no tratamento da esquizofrenia - os antipsicóticos clozapina, loxapina, olanzapina, risperidona e tioridazina.

Dos cinco, apenas a loxapina foi capaz de reverter o efeito da ativação anormal dos genes e permitir o crescimento de mais ramificações nos neurônios. Esses resultados, porém, não indicam que os outros quatro compostos não sejam eficientes. "A otimização da concentração e do tempo de administração pode aumentar os efeitos das outras medicações antipsicóticas", escreveram os pesquisadores.

"Esses medicamentos estão fazendo mais do que achávamos que fossem capazes de fazer. Pela primeira vez temos um modelo que permite estudar como os antipsicóticos agem em neurônios vivos e geneticamente idênticos aos do paciente", disse a pesquisadora. Isso é importante porque torna possível comparar os sinais da evolução clínica da doença com os efeitos farmacológicos.

"Por muito tempo as doenças mentais foram vistas como um problema social ou ambiental, e as pessoas achavam que os pacientes poderiam superá-las caso se esforçassem. Estamos mostrando que algumas disfunções biológicas reais nos neurônios são independentes do ambiente", disse Gage.

* Texto extraído do site estadao.com br (Jornal Estado de Sao Paulo); http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,cientistas-produzem-celulas-cerebrais-iguais-aos-das-pessoas-com-esquizofrenia,706219,0.htm acesso em 14/09/2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

História da AMSM

A história da Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM) começou com a solidariedade e força de vontade de voluntários a partir de um evento comemorativo ao Dia Internacional de Luta Antimanicomial em maio de 2000 onde vários sofredores de disturbíos psíquicos, familiares e profissionais da saúde formalizaram a criação da entidade.

Em 2001, a AMSM participou de comissão municipal para estudar e reestruturar a saúde mental em Maringá, atendendo as políticas do Ministério da Saúde. O município seguindo as orientações dessa comissão, implantou em 2002 o CAPS AD, Emergência Psiquiátrica no Hospital Municipal em 2003, CAPS II Canção em 2004, e residência terapêutica em 2006.


Projeto Girassol
Muitos sofredores de disturbíos psíquicos e familiares acabam se afastando da vida social pelos sintomas apresentados pelos disturbios e devido a vergonha, preconceito e discriminação não buscam alternativas de integração e recuperação de sua cidadania.

Diante desse cenário, a AMSM criou em 2003 o Projeto Girassol com o objetivo de reunir os sofredores de disturbíos psíquicos e familiares através da confecção de peças artesanais (almofadas, enxovais de bebê, colchas, tapetes) com a técnica de Patchwork e fuxico.

Reconhecimento
Em 2003, a AMSM conquistou no Congresso Brasileiro de Psiquiatria em Goiânia, o Prêmio de Inclusão Social na Categoria de Defesa aos Direitos.

Os objetivos da AMSM estão baseados na criação de um grupo de ajuda mútua já que a unidade e o fortalecimento do grupo como entidade se faz no apoio e na troca de experiências dos participantes.

Consiste também como uma das ações da AMSM a luta em defesa dos direitos das pessoas sofredoras de dísturbios psíquicos, contra o preconceito e qualquer forma de discriminação.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Visitas do outro lado do mundo

Já tivemos as visitas em nosso blog de pessoas que residem no Estados Unidos, Alemanha e Alaska. Isso estimula ainda mais a divulgarmos o nosso trabalho.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Filmes interessantes para assistir

Os distúrbios psicológicos e psíquicos direta ou indiretamente foram lembrados pela arte do cinema. Escolhemos algum filmes interessantes para vocês assistirem.
O aviador
Uma mente Brilhante
Melhor é Impossível
O Solista
Um Estranho no Ninho

Boas Vindas

Bem vindos ao blog da Associação Maringaense de Saúde Mental! Estaremos fazendo o possível para auxiliar as pessoas e familiares que sofram de algum disturbio psíquico e obtenham uma vida saudável